domingo, 14 de março de 2021




  

Apontamento Sobre a Morte e os Tipos de Morte.


 

A maioria de nós é envolvido por diversos medos em relação à morte. Segundo Conte, Weinere, Plutchik, 1982, estudiosos do tema, quando o assunto é morte costumamos apresentar 4 tipos de medos fundamentais: do desconhecido, da solidão, do sofrimento e da extinção pessoal.

 

Postula Kovács, 1985, que temos medo da morte do outro e da nossa morte. A morte do outro implica na consciência da ausência e da separação. A própria morte, na consciência da própria finitude e na ansiedade de quando e como esta será.

 

A história, valores e crenças do sujeito refletirá no modo de ver várias situações, dentre elas: a morte. Assim sendo, diferenças são encontradas entre ateus e religiosos. Entre normais, neuróticos e psicóticos. Segundo, Kastembauem, 1983, não foram encontradas diferenças significativas, mas, este, observou, que os que sofrem de doença mental costuma negar a morte e ter medo de que a mesma venha a ser violenta.

 

De acordo com Hoelter, 1979, as variáveis intervenientes são: tipo de morte, maturidade do enfermo, idade de quem fica e idade de quem vai. O medo do processo morrer e a morte prematura. O contato constante com uma doença dita terminal, tudo isso tem influência sobre o medo.

 

Segundo Lamerton, devemos nos preocupar e investigar quando o sujeito pede para morrer. Será que o mesmo está sentindo dores insuportáveis ou sentindo-se um peso para os parentes¿ Como, também, existem os casos nos quais a família solicita que se abrevie a vida do doente.

 

O tratamento psicoterapêutico não promete o prolongamento da vida ou a cura da doença, embora estes possam acontecer. O objetivo é falar sobre: sobre qualquer tema e, sobretudo, qualidade de vida. Podemos entender, então, que a terapia não é para amansar o paciente e fazê-lo calar-se diante de um tratamento que para ele tem sido por demais penoso, até mesmo, subhumano, mas para, também, melhorar a comunicação entre: médico, familiares e paciente.

 

Pensa-se que ao trabalhar com um paciente terminal, o psicólogo irá abordar o tema: morte. Não. O paciente deverá ser visto como um todo, e ele é muito mais que a iminência da morte. Ele tem muitas histórias para contar além desta, então, é ele quem vai nos mostrar o que é importante para que seja “colocado em pauta”.

 

A eutanásia, quando abrevia-se a vida do sujeito, através, de algum procedimento ativo que induza à morte.

 

A distanásia, onde a tecnologia é aplicada a fim de prolongar a vida, ainda que isto signifique um sofrimento para o doente, que vive a agonizar até que morra.

 

A ortotanásia procura a dignidade do doente no seu viver e no seu morrer, assim bem como, o bem estar sistêmico, ou seja, dos familiares ou daqueles que convivem com o enfermo.

 

Existe, também, a eutanásia social ou mistanásia, muito comum na América Latina, é a morte miserável, que poderia ser evitada se não houvesse a ausência ou precariedade dos serviços de atendimento médico, que levam muitos a morrerem antes da hora.

 

Referências:

https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-81082010000300008&script=sci_arttext&tlng=pt

https://www.scielosp.org/article/csc/2013.v18n9/10.1590/S1413-81232013000900001/pt/



quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Alucinação, Delírio e Diferenças Entre Si. 



Você sabe identificar e diferenciar alucinação de delírio? Tanto os delírios quanto as alucinações são sintomas psicopatológicas diferentes entre si e presentes em doenças como: Esquizofrenia, Alcoolismo,  Alzheimer, Parkinson, dentre outras. Neste breve texto, você saberá um pouco mais a respeito. Comecemos com as alucinações. 

 

   Alucinação:

 

Conceito:

Trata-se de um distúrbio na sensopercepção que se manifesta na percepção de objetos ou de fatos inexistentes, ou seja, sem o estímulo externo. Mas, embora se trate de uma impressão subjetiva, o sujeito tem a firme convicção de que viu o objeto ou o fato.

Embora apresente verossimilhança com o real, as alucinações não têm logicidade, tratando-se, assim, de vivências totalmente impossíveis ou sem nexo. Desse modo, é perfeitamente compreensível que a pessoa com alucinação vivencie situações como: sapatos falantes, pessoas que ninguém vê, mas ela vê; vozes que ninguém escuta, mas ela escuta; paredes que sangram, dentre outras improbabilidades.

 

Características:

Ausência do Objeto ou do Fato: as alucinações são experiências sentidas pelo enfermo de modo bastante real, ainda que o objeto ou a ocorrência não existam.

 

Subjetividade: como a  alucinação vem do interno do sujeito, a mente pode fazer com que o objeto ou o evento alucinado seja ainda mais próximo ao real.

 

Invariabilidade da Forma: lembremo-nos do filme “Uma Mente Brilhante”, onde um professor - personagem principal -, que sofria de esquizofrenia, percebeu que embora ele visse a imagem de uma menina há muitos anos, esta não mudava, não crescia, permanecia com a mesma aparência de sempre: a de uma pré-adolescente.

 

Opacidade: o objeto encobre aquilo a que se sobrepõe.

 

Na Base do Impossível: a alucinação não se manifesta na base do “possível. Por isso a mente que alucina pode se imaginar: frente a frente de um extraterrestre, batendo papo com um monstro de 7 cabeças, voando num chinelo voador.

 

Alucinação Autoscópica: o paciente se vê fora de seu próprio corpo.

 

Diferentes Causas:

Entre as possíveis causas da alucinação, encontramos: medicamentos, perturbações do sono - em especial a sua privação -, fadiga, stress, medo, febre, infecções. Já entre as psicoses podemos destacar: a paranoia e a esquizofrenia.

 

Tipos de Alucinação:

Alucinações Auditivas: audição dos próprios pensamentos, de vozes, de cantos (O Canto da Sereia, seria um delírio?), do próprio nome, de pessoas conversando, de pássaros cantando e etc.

Alucinações Visuais: percepções visuais de objetos que não existem, de pessoas que ali não estão, de monstros, de sapatos que falam, de pessoas que não se encontram no local, de ETs, de seres espirituais, de seres das trevas; são tão reais para a pessoa que as vive, que estas idéias não conseguem ser removidas pela argumentação lógica.

Alucinações Táteis: sensação de areia pelo corpo, percepção de um membro que não existe mais - experiência muito comum em pessoas que sofreram amputação -, esta impressão de que o membro se encontra presente, permanecerá até que seja formada no sujeito uma nova consciência corporal.

Alucinações Olfativas: também conhecida como fantosmia, refere-se à percepção de odores - agradáveis ou não -, sem que haja estímulo olfativo relativo. Hiperosmia é o nome dado à esta percepção exagerada de odores.

Alucinações Cinestésicas: é a sensação de que os órgãos, ou um órgão está se movendo, caminhando pelo corpo, saindo. Seja, o figado, os olhos, a língua, o coração ou qualquer outro.

 

Delírio

 

Conceito:

delírio é uma ideia, um pensamento, uma crença inabalável, uma 

 

convicção irremovível que não corresponde à realidade.

 

De maneira geral, é uma distorção daquilo que de fato existe, por

uma mente que se encontra enferma.

 

As idéias, pensamentos e crenças – doentias ou não -, representam

 

a vida psíquica de uma pessoa. Esta, a vida psíquica, advém de suas

 

 experiências e vivências.

 

Nos casos patológicos, há situações em que o paciente passa a viver em um mundo autístico, como se este fosse real, completamente absorto nessa “nova realidade”. A pessoa acredita, por exemplo que está sendo seguida, perseguida ou vigiada, que existem pessoas e ou câmeras que a espionam. Segundo a pessoa - que está a delirar -, os outros fazem isto porque: a amam e a querem só para si, precisam do seu grande conhecimento científico e para usufruir deles querem sequestrá-la, porque a odeiam e, por isso, desejam destruí-la, matá-la, enfim... as justificativas são as mais diversas.

Vale ressaltarmos que no delírio não há alteração da inteligência ou da consciência do sujeito.

 

Características:

Convicção extraordinária: o delírio é algo tão real para a pessoa que delira, que para ela é realidade.

 

Conteúdo Impossível: o conteúdo não tem nexo.

 

Insusceptibilidade à influência: a pessoa se fecha a qualquer outra possibilidade, não aceitando quando familiares e amigos lhe dizem que aquilo não é verdade.

 

Diferentes Causas:

Doenças crônicas, doenças graves, infecções, febre, Parkinson, Alzheimer, uso de determinados medicamentos, uso de drogas, Psicoses, outras possibilidades, há.

 

Tipos de Delírio:

Delírio Somático ou Hipocondríaco: a pessoa se queixa de defeitos físicos, sintomas, deformações que não existem. Por exemplo: alega que está emitindo um cheiro podre pela boca, alega que ele está infestada de insetos, que existem vermes sob a sua pele ou que seus órgãos estão parando de funcionar. 

 

Delírio Persecutório ou de Perseguição: a pessoa crê que está sendo espionada, filmada; que estão falando mal dela, que estão tentando sequestrá-la, matá-la, enfim... 

 

Delírio de Grandeza: a pessoa se sente melhor que as outras. Acredita ser a pessoa mais bonita do mundo, ou a mais rica, a mais inteligente, a mais importante, ou a mais... qualquer outro adjetivo.

 

Delírio de Ciúme: a pessoa crê - sem motivo que de fato justifique -, que o seu companheiro (a) está lhe traindo. 

 

Delírio de Influência: neste, a pessoa acredita que o que seu pensamento está sendo controlado por outra, ou por outras pessoas. 

 

Delírio Erotomático: a pessoa imagina um amor romântico com um certo alguém - normalmente uma celebridade: Madonna, Anita, Ronaldinho, enfim... -, este alguém, segundo a pessoa que delira, encontra-se perdidamente apaixonado(a)  por ela. 

 

Delírio Melancólico ou de Ruína: a pessoa acredita que acontecerá algo terrível e não há nada que ele possa fazer para evitar a situação. 

 

 

Distinguindo Alucinação de Delírio:

 

Alucinação:

 

1 - Ouvir uma música que não está tocando.

2 - Ver um prato de macarronada em cima da mesa, quando não há nada em cima da mesa.

 

Delírio:

 

1 - Ouvir uma música que de fato está tocando, mas achar que esta é enviada por seguranças para avisá-lo (a) que seres extraterrestres estão invadindo a sua casa.

2 - Ver vermes num prato de macarronada que está em cima da mesa.

 

Atentemo-nos de que os delírios são  interpretações erradas da realidade que circunda o sujeito. A pessoa distorce os estímulos que chegam até ela e se mantém inabalável e convicta do fenômeno delirante.

 

Observemos atentamente que nem tudo deve ser visto como um delírio, muitas vezes pode se tratar de uma ideia delirante ou um mero engano.

 

Vale ressaltarmos, que tanto o delírio quanto a alucinação são sintomas de enfermidades psíquicas que precisam ser devidamente tratadas, a tempo, por profissionais realmente especializados para tanto. Deve-se procurar: um neurologista,  psicólogo ou  psicanalista e um psiquiatria.

 

Ps:. Texto sujeito a atualizações.

 

 

 

 

Referências:

 

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47142013000200008

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1413-62952012000100010&lng=pt&nrm=iso

https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/transtornos-psiqui%C3%A1tricos/esquizofrenia-e-transtornos-relacionados/transtorno-delirante

Paim, Isaias. Curso de Psicopatologia. SP, Grijalbo, 1976

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47142014000300416

 


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